A história da Fórmula 1: temporada de 1950, o primeiro campeonato

Com seis etapas, temporada começou em maio e terminou em setembro com Giuseppe Farina campeão Para quem não sabe, Fórmula 1 significa o regulamento que rege os dados técnicos dos carros que a compõe, literalmente como uma fórmula. O número 1 se refere a maior classe das fórmulas, englobando os carros de maior porte (Fórmula 2 para os intermediários, Fórmula 3 para os menores e por aí vai). A categoria, também chamada de Grande Prêmio, já era regulamentada pela Federação Internacional do Automobilismo (FIA) desde os anos 1920, mas não tinha formato e organização de campeonato. Eram apenas várias corridas de um calendário que ocorriam em diversos países da Europa. VEJA TAMBÉM Relembre todos os campeões da F1 desde 1950 Museu em Mônaco tem do superesportivo mais caro do mundo à coleção de F1 Conheça a história de uma das maiores coleções temáticas de miniaturas de F1 do Brasil Guseppe Farina e sua Alfa romeo 158, a "Alfetta" Hulton Archive/Getty Images Passado o período da Segunda Guerra Mundial, quando o automobilismo europeu ficou congelado, a categoria retomou força a partir de 1946, quando a FIA voltou a regulamentar a Fórmula 1. Dali até 1950, ano do primeiro Grande Prêmio oficial, foram realizados diversos testes com os carros (1946), pilotos e equipes (1947), até chegarem aos regulamentos oficiais para a disputa de um campeonato mundial em 1950. No tal regulamento inicial, os carros, de estilo “charutinho”, deveriam ter as rodas para fora, sem paralamas, calçadas com pneus estreitos (independentemente da pista seca ou molhada), com motor dianteiro e duas configurações mecânicas: até 1.5 litro com superalimentação (compressor mecânico, afinal não haviam turbos para os automóveis), ou até 4.5 litro com aspiração natural. Lembrando que, pela falta de recursos do período pós-guerra, todos os carros estreantes eram de antes de 1939, ou seja, pré-guerra. Giuseppe “Nino” Farina, com uma Alfa Romeo, foi o primeiro campeão de F1 em 1950 aos 44 anos Klemantasky Collection/Getty Images As corridas de Fórmula 1, ou os Grandes Prêmios, eram disputados por vários países do continente Europeu, mas a FIA definiu que apenas seis provas valeriam para a contagem de pontos do primeiro campeonato (GP Inglaterra, GP Mônaco, GP Suíça, GP Bélgica, GP França e GP Itália, na ordem das provas). Com início em Silverstone (Inglaterra), em um sábado, dia 13 de maio de 1950, o evento durou até o dia 3 de setembro daquele mesmo ano, um domingo. O público, ao vivo, na primeira corrida superava os 100 mil espectadores. Nesse primeiro ano, 1950, o destaque do Campeonato ficou para a italiana Alfa Romeo com seus consagrados 158 “Alfetta” (sigla numérica para o motor 1.5 com 8 cilindros em linha). O interessante desse carro é que seu projeto, datado de 1937, já tinha treze anos de idade e uma lista generosa de campeonatos e vitórias em várias provas e GPs ao longo desse tempo. Vitorioso desde 1938, os Alfetta foram campeões até 1953, mostrando-se um projeto bem elaborado pelos italianos. Giuseppe Farina venceu o campeonato de F1 em 1950 em cima de ninguém menos do que Juan Manuel Fangio Divulgação/F1 Uma característica interessante do 158, feito sobre um chassi tubular e estampado em chapas de alumínio, e até do regulamento da época, que obrigava o motor dianteiro longitudinal, é que sua alavanca de câmbio ficava inclinada para o lado esquerdo, partindo do meio do cockpit e numa posição logo abaixo da perna do piloto: além de se preocupar com o volante e a pilotagem veloz, a troca das cinco marchas era tarefa complicada e bastante descômoda. Tenham a certeza que não era nada fácil, ainda mais levando em conta os 300 cv de potência para apenas cerca de 700 kg do carro. Seu motor 1.5 era superalimentado por um compressor volumétrico tipo Roots, acionado por correia ligada a polia do virabrequim, e alimentado por metanol (um tipo de álcool, parente do etanol). Os 158 Alfetta de 1950 usavam ainda pneus da italiana Pirelli, como não poderia faltar, e combustível fornecido pela Shell. F1 1950: pódio do GP da Inglaterra em Silverstone, o primeiro da temporada, com Nino Farina, Luigi Fagioli e Reg Parnell Getty Images O grande piloto, campeão de 1950, foi Giuseppe “Nino” Farina, um italiano com então 44 anos de idade. Bastante experiente, afinal competia no automobilismo desde meados dos anos 20, Farina teve a honra de ser o primeiro campeão e o primeiro piloto a vencer uma prova do GP de Fórmula 1 de 1950. Por uma ironia do destino, Giuseppe acabou morrendo em 1966, já fora do mundo das corridas automobilísticas (mas ainda no meio automotivo, trabalhando para a Pininfarina), em um acidente de carro com seu Lotus Cortina no sudeste da França. Ele tinha 60 anos de idade e, coincidentemente, seguia para assistir o GP da França daquele ano. Na próxima semana, não perca a história do campeonato de 1951! Quer ter acesso a conteúdos exclusivos da Autoesporte? É só clicar aqui para acessar a revista digital. Mais Lidas

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