Gil de Ferran: Heróis não morrem. Só mudam de categoria

Aos 56 anos, durante testes em circuito na Flórida, morre Gil de Ferran, um dos melhores pilotos brasileiros dos ultimos 40 anos 29 dez 2023 - 22h52 (atualizado às 23h32) Compartilhar Gil de Ferran comemorando a vitória na Indy 500 de 2003 Foto: IMS É daquele tipo de notícia que, quando nos chega, não queremos acreditar. Principalmente quando um dos nossos heróis se vai. Mesmo quando vamos ficando mais velhos, nós temos aqueles que não nos esquecemos. Um deles é Gil de Ferran, que nos deixou nesta sexta (29).Nascido na França, mas vindo para o Brasil aos 4 anos por conta do trabalho do pai, o engenheiro Luc de Ferran, um dos grandes nomes da indústria automotiva brasileira, Gil de Ferran desde cedo foi se enfronhando com os carros. Foi pelo caminho natural dos pilotos e iniciou no kart. Notícias relacionadas Após bons resultados, migrou para os carros e começou na Fórmula Ford em 1986, deixando o curso de engenharia mecânica (ele seguia os passos do pai). Embora muitos achassem que ele tivesse alguma proteção por conta do pai, que trabalhava na Engenharia da fábrica (muito pelo contrário), Gil mostrou que era talentoso e venceu o Campeonato Brasileiro em 1987.Como era o habitual para quem queria chegar na F1, Gil foi para a Grã-Bretanha e começou a andar também de Fórmula Ford e foi um dos primeiros pilotos da Paul Stewart Racing (filho de Jackie Stewart) na Fórmula Opel. Em 1991, faz o salto para a F3 inglesa, segurando a barra de desenvolver o chassi Reynard no meio dos Ralt, ficou em 3º lugar no campeonato, atrás de David Coulthard e Rubens Barrichello.No ano seguinte, se mantem na categoria, mas volta para a Paul Stewart Racing, tendo André Ribeiro como companheiro de equipe. Gil vence 7 das 16 provas e ganha o campeonato. Como prêmio, teve a oportunidade de pilotar a Williams FW14B campeã daquele ano em uma chuvosa Silverstone em 1993. De Ferran testando a Williams "de outro mundo" em Silverstone Foto: X / Reprodução Rápido e técnico, Gil caiu nas graças da família Stewart e seguiu com o time para a F3000 em 1993. Em um ano um pouco acidentado, venceu uma prova em Silverstone e chegou em 4º no campeonato. Mas seu desempenho chamou a atenção da F1. E o brasileiro foi convocado para um teste pela Footwork no Estoril. Em dois dias, teve chance se pilotar o FA14 do time. Só que no segundo dia, quando iria usar pneus novos e mais à vontade com o carro, teve um acidente no motorhome (bateu a cabeça) e não pode mais andar... Gil de Ferran na F3000 em 1993 Foto: BRDC Em 1994, seguiu na F3000 e brigou pelo campeonato até o final, vencendo duas etapas (Pau e Pergusa). Só que no final, o motor apresentou problemas e terminou em 3º (Olivier Panis ganhou o campeonato). Mas o passo seguinte, era a F1.Tudo caminhava a favor: Gil tinha a chancela de Jackie Stewart e algum dinheiro brasileiro. Só que as pedidas das equipes assustavam. Gil negociou com a Tyrrell, a Footwork e quase foi parar na Forti Corse. Mas faltavam detalhes...Porta da F1 fechada. Azar da F1Mais um ano na F3000 estava fora de cogitação. Mas a possibilidade Indy apareceu no horizonte. Com o apoio da Phillip Morris, Gil de Ferran encarou o desafio de começar uma nova carreira. Praticamente do zero, Gil foi pilotar o Reynard da equipe Hall, contando com o icônico patrocínio da Pennzoil. Os resultados não foram tão bons (14º lugar), mas de total desconhecido entre os americanos (tanto que Gil mandou fazer uns adesivos “Who’s the hell is Gil de Ferran?”, que era a pergunta mais feita pelo paddock após os treinos da primeira prova do ano: quem diabos é Gil de Ferran?), passou a ser respeitado. Gil de Ferran em ação com o Reynard/Honda da Hall em 1996 Foto: Honda Newsroom E ele tratou de mostrar quem era. No segundo ano, Gil foi o 6º colocado, andando muito na frente, mas sofrendo com problemas de estratégia e confiabilidade. Por este motivo, em 1997, Gil se transferiu para a Walker Racing. Mesmo sem vencer prova alguma, mas com grande constância, foi vice-campeão.Mas a Walker não conseguiu manter o ritmo nos anos seguintes e Gil de Ferran entrou no radar do capitão Roger Penske, que o chamou para o time em 2000. Foi uma dupla matadora, com Gil conseguindo o bicampeonato. Em 2000, Gil marcou a volta mais rápida em circuito fechado em Fontana, marcando 241.428 mph (388.541 km/h). Gil de Ferran comemorando sua marca em Fontana Foto: Gil de Ferran / X Em 2001, a Penske colocou carro para correr na IRL, a categoria criada em 1995 com a cisão da CART e abrangendo a Indy 500.Nesta edição, Gil chegou em 2º lugar. No ano seguinte, a Penske se mudaria definitivamente para a IRL, com uma dupla totalmente brasileira (Gil de Ferran e Helio Castroneves). Foi 3º lugar em 2002 e 2º lugar em 2003, vencendo a Indy 500 nesta oportunidade. No fim deste ano, deixa a

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