Os desafios de fornecer pneus na F1

A Pirelli venceu a concorrência após seis meses de avaliações e negociações e será a fornecedora de pneus da F1, F2 e F3 de 2025 a 2027, podendo estender o acordo também para 2028. Quais são os desafios que eles vão encontrar pela frente, como é esse processo de escolha e por que a F1 não tem mais uma guerra de pneus? Pirelli tem de atender a cartilha alvo da F1 Fazer um pneu para essas categorias não é só colocar na pista o melhor produto que você conseguir. Desde 2011, a F1 adota uma ‘cartilha alvo’, ou target letter. É um conjunto de objetivos que você tem de alcançar com seu pneu, e que vai mudando de tempos em tempos. Essa cartilha é desenvolvida pela FIA, com a participação das equipes, e o objetivo é que os pneus sejam os melhores possíveis para a competição. A última delas foi a que definiu as metas do pneu de 18 polegadas adotado em 2022. Ela estabeleceu, por exemplo, que o pneu deveria se degradar menos do que os anteriores, para permitir corridas com uma ou duas paradas. A cartilha também pedia menos desgaste térmico, ou seja, que os pilotos pudessem forçar mais sem tanta preocupação com o superaquecimento. Isso veio em conjunto com as novas regras aerodinâmicas, visando permitir que os pilotos seguissem um ao outro mais de perto. Se o carro evoluísse nesse sentido mas o pneu, não, de nada adiantaria. Então isso ajuda a explicar por que a cartilha alvo vai mudando com o tempo. Uma preocupação da cartilha alvo para 2025 é aumentar a janela de temperatura na qual cada composto trabalha. Quais os desafios do fornecedor de pneus da F1 Seguir essa cartilha alvo é só o primeiro dos desafios que a Pirelli vai enfrentar nos próximos anos. Um obstáculo recorrente é a necessidade de prever o nível de desenvolvimento das equipes.  O pneu de uma temporada é desenvolvido ao longo do ano anterior, usando os 35 dias de teste ao ano aos quais o fornecedor tem direito. Esses testes são feitos com os carros atuais, mas os pneus devem aguentar a carga aerodinâmica gerada até o final da temporada seguinte. BUDAPEST, HUNGARY – JULY 23: Daniel Ricciardo of Australia and Scuderia AlphaTauri during the F1 Grand Prix of Hungary at Hungaroring on July 23, 2023 in Budapest, Hungary. (Photo by Peter Fox/Getty Images) Isso é especialmente difícil de prever quando há uma mudança de regulamento. E a F1 passará por uma grande mudança na unidade de potência em 2026. O motor perderá o MGU-H, mas ao mesmo tempo terá perto de metade da potência total gerada pelo MGU-K. E o restante virá de um motor a combustão com biocombustível. A expectativa é de que essa nova unidade de potência seja ainda mais pesada do que a atual, aumentando, também, a carga em cima dos pneus. Esse foi um grande obstáculo para a Pirelli nos últimos anos, com o aumento constante do peso mínimo dos carros, hoje perto dos 800kg (isso, sem contar os cerca de 100kg de combustível usados no começo da corrida). Afinal, os carros estão ficando mais pesados e também estão gerando mais carga aerodinâmica, e o pneu tem de aguentar tudo isso. Novo contrato de pneus da F1 tem preocupação ambiental Haverá outro desafio antes do pneu de 2026. A F1 deixou para 2025 o fim dos cobertores de pneus. Essa decisão foi adiada algumas vezes e tem a ver com a tentativa de diminuir o impacto ambiental geral da categoria. Os cobertores geram dois subprodutos. O primeiro é o peso a mais sendo transportado ao redor do mundo. E o segundo é o uso de energia. Quando a F1 testou um sistema de geração de energia para o paddock alimentado por painéis solares e biocombustíveis, um momento de tensão foi na sexta-feira de manhã quando todas as equipes ligaram seus cobertores de uma só vez. O pico de energia visto mostra o quanto eles consomem ao longo do final de semana. É claro que os cobertores existem porque a janela de operação de um carro de F1 é muito estreita, e tudo precisa estar na temperatura correta. Então cabe ao fornecedor de pneus fazer um produto que tenha uma janela maior, para correr no calor tropical de Singapura e no frio noturno do deserto em Las Vegas. Mas a preocupação ambiental vai além disso. A F1 busca formas de diminuir o número de pneus levados para cada GP sem prejudicar a competição. É por isso que um novo sistema de classificação, usando os compostos duros e médios, além dos macios, foi testado em 2023. Afinal, ele permitiu que a Pirelli levasse 160 pneus a menos para as provas selecionadas. Comprovar um compromisso no sentido de diminuir o impacto ambiental e colaborar com a meta da F1 de zerar a pegada de carbono até 2030 foi um fator importante na definição do contrato. Como funciona a concorrência para decidir o fornecedor de pneu da F1 A Pirelli foi confirmada após vencer uma concorrência promovida pela FIA em conjunto com a Liberty Media para decidir quem ficaria com o contrato. Esse tipo de processo começa meses antes do contrato atual acabar e, nos últimos anos, nem sempre teve mais do que um interessado.  A concorrência tem duas fases. Primeiro, as candida

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A Pirelli venceu a concorrência após seis meses de avaliações e negociações e será a fornecedora de pneus da F1, F2 e F3 de 2025 a 2027, podendo estender o acordo também para 2028. Quais são os desafios que eles vão encontrar pela frente, como é esse pro >>>

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