Teste: Suzuki Jimny Sierra é carismático, mas é bom de dirigir no dia a dia?
Com tração integral e R$ 183.990 de preço, jipinho não esconde que é um "toy car" A palavra “jipe” tem sua origem na sigla americana “GP”, que significa “General Purpose” (uso geral em português). A pronúncia foi adaptada pela Willys como “Jeep” — e se tornou o nome da fabricante de veículos 4x4 durante a 2ª Guerra Mundial. Mas, por que falar da origem desta palavra na avaliação do Suzuki Jimny Sierra? Justamente para entendermos que, em alguns casos, este “uso” não é tão “geral” assim. O pequeno jipe japonês com sotaque goiano, com todo o seu charme e simplicidade, é a prova disso. Dirigi-lo na cidade é uma tarefa árdua, mas isso não o torna nem 1% menos legal. Um carro nada ergonômico Suzuki Jimny Sierra é um carro para encarar lama, pedras e cascalho Divulgação Este suposto “uso geral” da proposta dos jipes nem sempre é verdadeiro, mas o Jimny ainda é bastante versátil. Com apenas 3,64 m de comprimento e 1,64 de largura, o jipe cabe em qualquer vaga de prédio e até nos espaços mais apertados na rua. Mesmo ao estacionar de um jeito torto, o Jimny ocupa facilmente o espaço de uma vaga. Sua manobrabilidade é muito boa por conta das proporções compactas e do ótimo grau de esterçamento das rodas — mérito dos 9,8 m de raio de giro. Jeep Renegade Sport 2024: ainda vale comprar o SUV após o fim do desconto do governo?; teste Ranger x S10: nova picape da Ford tenta superar a veterana da Chevrolet; leia o comparativo Citroën C3 Live Pack seria escolha ideal se custasse menos; leia o teste O volante do Sierra é pesado e não para de girar (relação desmultiplicada). Manobrá-lo é como dirigir uma carreta, pois exige bastante esforço do motorista. Coloque isso na conta dos grandes pneus nas medidas 215/75, que calçam as rodas de 15 polegadas. Versão 4Style tem estepe coberto por uma capa acrílica Divulgação Encontramos pneus Scorpion, da Pirelli, anunciados nesta medida por R$ 1.255. Ou seja, para trocar os quatro, você terá de gastar mais de R$ 5.000, considerando instalação, balanceamento e alinhamento. Vale lembrar que o desgaste deste tipo de pneu é mais rápido, ainda mais se você dirigir diariamente. Rodar com o Jimny também exige atenção extra. A 90 km/h, o jipinho balança e o motorista precisa ajustar a rota o tempo todo. Este comportamento é compartilhado com o Jeep Wrangler, que custa quase três vezes mais. Ademais, o Suzukinho passa longe de ser um carro ergonômico e confortável. O único ajuste para o volante é o de altura e os bancos não abraçam totalmente as costas do motorista. Em poucas horas, sua condução começa a ficar um tanto quanto cansativa, mesmo sem o esforço para trocar as marchas. A central multimídia assinada pela JBL tem Android Auto e Apple CarPlay, mas sua interface nativa é genérica e a resolução não é boa. O ar-condicionado com mostradores digitais é uma surpresa em um carro tão rústico. O porta-malas de 85 litros é inexistente. Mas considerando que é impossível ficar confortável no banco traseiro, ele acaba se tornando o compartimento de carga dos donos do Sierra. Fora de seu habitat Não há um carro mais carismático que o Jimny abaixo de R$ 200 mil Divulgação Mesmo com os empecilhos que mencionei até aqui, o Jimny Sierra ainda está entre os meus carros favoritos. Primeiro, porque ele é um “kei car” – e o nosso mercado sempre foi carente deste tipo de veículo. Kei cars são pequenos carrinhos japoneses que têm benefícios de isenções de impostos por conta do tamanho. Antes do Jimny, modelos compactos como Daihatsu Charade e Subaru Vivio também eram considerados kei cars aqui no Brasil. Initial plugin text Falo com a experiência de quem já teve um: poucas coisas são mais descoladas do que dirigir um kei car. Mesmo quando um carro mais luxuoso parava ao meu lado no semáforo, o Jimny roubava a cena. O jipinho é absurdamente carismático, chama atenção e desperta a curiosidade por onde passa. Em segundo lugar, se engana quem pensa que o Jimny é apenas charmoso. Por baixo do rostinho bonito, há um valente motor 1.5 aspirado que desenvolve 108 cv a 6.000 rpm e 14,1 kgfm a 4.000 rpm. Suzuki Jimny Sierra custa R$ 183.990, mas anda como carro 1.0 Cauê Lira/Autoesporte O câmbio automático de apenas quatro marchas remete ao passado. Desde 2021, quando a Renault tirou de linha versões de Captur e Oroch, o Jimny é o único carro vendido no Brasil nesta configuração. A programação do câmbio é totalmente voltada à proposta do Jimny: o fora de estrada. A primeira marcha é longa e desenvolve bastante torque — e mesmo na quarta marcha, o jipe ainda aparenta estar “amarrado” e faz bastante barulho. Há uma pequena alavanca atrás do câmbio automático para selecionar a tração, que pode ser 4x4 ou 4x4 reduzida. O ideal é que o Jimny esteja com o volante reto para acioná-la. Central multimídia do Suzuki Jimny é da JBL, mas a qualidade do som é péssima Divulgação Aliás, é melhor acionar o 4x4 apenas se a condição exigir. Mesmo nos carros mais novos, há um desgaste causado pela “briga” entre o motorista e
Essa é mais uma manchete indexada e trazida até você pelo site AUTOMUNDO.