Procura por carros a combustão pode cair quase pela metade até 2030

Estudo analisa participação de mercado de cada tecnologia até o fim da década e aponta soluções distintas para automóveis e comerciais leves e veículos pesados Em minha última coluna, disponibilizei algumas relevantes informações sobre o que são os veículos a combustão, células de combustível e os híbridos (todos os tipos existentes). Leia a primeira parte clicando neste link. A motivação para iniciar com o entendimento teórico dos diferentes tipos existentes decorreu da grande quantidade de dúvidas que as pessoas tinham em relação aos veículos eletrificados, incluindo gente da própria indústria, em especial com respeito ao mild-hybrid e as diferentes aplicações com e sem plug-in existentes. Sedimentado o entendimento teórico, parto para a parte mais gostosa: a análise do mercado. Esquema mostra os componentes de um carro micro-híbrido: motor a combustão, gerador elétrico e bateria auxiliar Divulgação + Quer receber as principais notícias do setor automotivo pelo seu WhatsApp? Clique aqui e participe do Canal da Autoesporte. Dentro de um cenário considerado otimista, realizei em março deste ano, quando ainda estava na consultoria que trabalhei até maio, um estudo indicando a participação de mercado de cada tipo de tecnologia para 2030. Os dados para veículos de passeio seguem abaixo: Previsão da participação dos tipos de motorização no mercado em 2030 Combustível do futuro será hidrogênio, etanol ou sintético? Entenda opções Pneu do futuro será à prova de furo, feito de casca de arroz e terá Wi-Fi Claro que os números poderão variar substancialmente no caso de haver algum investimento específico direcionado para alguma dessas tecnologias, como, por exemplo, um direcionamento na implantação de postos de hidrogênio (estudo da USP com aplicação já em funcionamento) ou até mesmo um direcionamento para a produção dos mild-hybrids. Este, definitivamente, me parece ser o caminho mais acertado para um país como o Brasil, que tem uma matriz energética tão favorável a esta utilização quando combinada com o etanol nos veículos de passeio e comerciais leves. Toyota Hilux é exemplo de veículo que já tem versão movida a célula de hidrogênio em testes Divulgação Para os veículos pesados existe uma outra discussão em andamento. Neste caso, a transição passará por outras tecnologias com a utilização de biocombustíveis, especialmente o biodiesel e o biometano. A transição se efetivará, provavelmente, com os veículos movidos a hidrogênio no médio/longo prazos, pois realmente este combustível tem um potencial gigante de aproveitamento neste segmento. Deixarei a discussão dos pesados, por ora, de lado, pois ainda há muito a ser feito nesta seara, a iniciar pelo processo de renovação de frota (não custa sonhar). E o mercado hoje, como anda? Temos o seguinte panorama no acumulado até o mês de setembro: Participação dos tipos de motorização no mercado em setembro de 2024 Combustível do futuro: motor a gasolina tolera mistura de 35% de etanol? Chevrolet desiste de ter só elétricos e voltará aos carros híbridos Teste: BMW iX5 a hidrogênio está pronto; o que falta são os clientes O volume de motores a combustão puros nos comerciais leves ainda é muito elevado (96,1%), o que altera estatisticamente os números quando somados ao mercado dos veículos de passeio onde os eletrificados são mais atuantes. Por este motivo prefiro manter o segmento de leves fora das análises. Carros híbridos e híbridos plug-in ainda representam, juntos, menos de 2% da frota do mercado nacional Hyundai Tucson Híbrido Plug-in/Divulgação Venda de carros elétricos e híbridos deve crescer 70% em 2024 no Brasil Fica simples concluir que, tomando por base os números de hoje e as projeções para 2030, é evidente o aumento na quantidade de veículos eletrificados. O público mais atento perceberá já a partir do segundo semestre de 2025 a proliferação dos mild-hybrids em nossas ruas. Importante frisar que a massificação dos carros eletrificados, a melhora na quantidade de pontos de recarga e a resolução de outras questões vinculadas ao veículo elétrico (como depreciação, manutenção...) ensejará um nítido e evidente aumento percentual da participação deste segmento entre 2030 e 2040. É esperar para ver! Eu não tenho dúvidas... Eletrificação e apagão são temas do Summit de Autoesporte e Valor Econômico Estudo aposta em crescimento na participação dos micro-híbridos no Brasil Painel do Fiat Fastback micro-híbrido. Reprodução/Instagram Quer ter acesso a conteúdos exclusivos da Autoesporte? É só clicar aqui para acessar a revista digital. Mais Lidas

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