F1: como é o Mclaren MP4/5B de Senna que Hamilton vai pilotar em Interlagos

Britânico terá a oportunidade de guiar carro que garantiu ao brasileiro seu bicampeonato mundial, em 1990; conheça os principais detalhes do bólido “Nunca, em um milhão de anos, pensei que fosse guiar um carro do Senna aqui”, disse um vibrante Lewis Hamilton à imprensa após a confirmação de que seria o responsável por “reapresentar” o Autódromo de Interlagos ao McLaren MP4/5B. O bólido ajudou o brasileiro a conquistar o bicampeonato mundial em 1990, mas ganhou forma antes disso. Para contarmos a história do carro de Ayrton Senna que será pilotado por Lewis Hamilton neste sábado (2), às 17h, em Interlagos, temos de remontar à 1988. Estávamos no fim da primeira “Era Turbo” da Fórmula 1, e as equipes já se movimentavam para desenvolver carros empurrados por motores naturalmente aspirados. GP do Brasil F1 2024: ingressos, como chegar e tudo que você precisa saber Em 1988, o McLaren MP4/4 conquistou incríveis 15 vitórias em 16 corridas. Muito graças ao propulsor V6 turbo da Honda e, claro, ao talento da dupla de pilotos do time de Woking: Ayrton Senna e Alain Prost. O domínio do MP4/4 em 1988 permitiu que McLaren e Honda pudessem trabalhar com mais calma no projeto do ano seguinte. Por isso, reza a lenda que Ron Dennis, à época o todo-poderoso da equipe, pediu para que os esforços fossem concentrados no carro do ano seguinte – o que garantiu ao time certa vantagem na migração dos motores turbo para os naturalmente aspirados. Ayrton Senna pilota o McLaren MP4/5B em Silverstone, na Inglaterra Getty Images Eis que, então, para a temporada 1989, a McLaren apresenta o MP4/5. Desenhado por Neil Oatley sob a batuta do diretor técnico Gordon Murray, o modelo teve ainda a parte aerodinâmica desenvolvida por Mike Gascoyne. + Quer receber as principais notícias do setor automotivo pelo seu WhatsApp? Clique aqui e participe do Canal da Autoesporte. Com novo design de monocoque, o MP4/5 ostentava suspensão de braços duplos sobrepostos na dianteira e na traseira. Na frente, os braços atuavam de modo a acionar molas e amortecedores. Todavia, a grande sacada estava na nova entrada de ar, capaz de alimentar as trombetas de admissão do propulsor V10 desenvolvido pela Honda, que rendia entre 680 cv e 700 cv de potência. O MP4/5, embora não tenha sido tão dominante tal qual seu predecessor, garantiu mais um título de construtores absolutamente tranquilo para a McLaren, com campeonato de pilotos ficando com Alain Prost após o famigerado entrevero com Ayrton Senna no GP do Japão. Somados os resultados da dupla, o carro conquistou 10 vitórias e 15 pole positions. A vez do McLaren MP4/5B Embora tenha feito uma temporada fantástica, a McLaren sofreu com problemas internos em 1989. A briga entre Senna e Prost fez com que o francês rumasse para a Ferrari. Nessa, levou com ele Steve Nichols, um dos cérebros por trás do lendário MP4/4 e também do MP4/5. Mas não era só a moral que afetava a equipe britânica. Williams e Benetton, devagarinho, começavam a incomodar com a evolução de seus projetos. Isso sem contar a Ferrari, que teria em 1990 um Prost tão raivoso quanto uma besta enjaulada e ainda o reforço de Steve Nichols. Equipe McLaren em 1990: à frente temos Senna (esq.), Ron Dennis (ao centro) e Gerhard Berger (dir.) Getty Images Ainda em 1989 a equipe já trabalhava para mitigar alguns problemas do MP4/5, considerado um carro pesado. Para deixá-lo mais leve, trocou freios (mudando, inclusive, de fornecedor) e também adotou caixa de câmbio transversal. A transmissão manual, bom frisar, tinha seis marchas. No inverno europeu, a McLaren seguiu trabalhando em seu projeto. E assim nasceu o MP4/5B, uma evolução do predecessor. O modelo que será pilotado por Lewis Hamilton teve geometria de suspensão revisada, passou por mudanças na caixa de câmbio para torná-la mais confiável e recebeu motor V10 da Honda atualizado. Com o MP4/5B na temporada 1990, Senna conquistou seis vitórias e 11 pódios, além de sete poles. Seu companheiro de equipe naquele ano, Gerhard Berger, não triunfou em nenhuma das 16 etapas do campeonato. O austríaco, substituto de Prost, figurou no top 3 em sete oportunidades e largou na primeira posição do grid em uma única oportunidade, nos Estados Unidos. Senna prestes a partir para dentro da Ferrari de Alain Prost no GP do Japão de 1990 Getty Images Mesmo com um desempenho “contido” de Berger, a McLaren conquistou o título mundial de construtores com o MP4/5B. O time de Woking fechou a temporada 1990 da Fórmula 1 com 121 pontos – 11 à frente da segunda colocada, a Ferrari. Já no mundial de pilotos, Senna conquistou seu bicampeonato. A conquista veio no Japão, quando o brasileiro atingiu Prost logo após a largada e tirou o adversário – único que poderia lhe roubar o título – da prova. O polêmico incidente também fez com que nosso ídolo abandonasse a prova, e foi praticamente um tira-teima de 1989. Senna terminou o GP de Interlagos de 1990 na terceira posição, atrás de Berger e Prost Getty Images Com tanta história, não é à

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