Motor 1.6 de Peugeot e Citroën vai sobreviver, mas só para exportação

C4 Cactus também pode seguir em produção para abastecer outros países A Stellantis sabe que tem de dar mais gás à fábrica de Porto Real (RJ). O início da produção do Citroën Basalt, que compartilha base, conjunto mecânico e linhas de montagem com C3 e Aircross, não é o suficiente. Para ampliar os horizontes, a empresa planeja transformar a unidade localizada no sul fluminense em um polo para exportações. E a estratégia passa por veterenos. Começando pelo motor 1.6 EC5. O propulsor, lançado no Brasil há 25 anos, não atende às próximas normas de emissões, que entram em vigor no início de 2025. Portanto, está sendo descontinuado por aqui. O Peugeot 208, por exemplo, agora só oferece propulsores 1.0 (aspirado ou turbo). Motor 1.6 EC5 está em linha há 25 anos, mas deixará de ser vendido em carros novos no Brasil Murilo Góes Porém, a Stellantis afirma que esse motor ainda é “estratégico” para a empresa. Por isso, já desenhou uma trilha para o veterano. Atualmente, a fábrica de Porto Real produz 168 motores por dia. Metade já é exportada para países da América Latina. Vale lembrar que, na Argentina, por exemplo, o novo Peugeot 208 ainda é oferecido com o 1.6 na maior parte das versões. Diferentemente do Brasil, por lá, a tributação não está relacionada ao tamanho do motor. Por isso, as unidades aspiradas de maior capacidade cúbica (que normalmente têm custo de produção mais baixo) são tão comuns. + Quer receber as principais notícias do setor automotivo pelo seu WhatsApp? Clique aqui e participe do Canal da Autoesporte. Agora, a Stellantis pretende ampliar o leque. Desse modo, o propulsor também deve chegar a determinados mercados da África, como o marroquino, e da Ásia. Fábrica da Stellantis em Kenitra, Marrocos Divulgação “Já temos planos para exportação do motor 1.6 EC5. Estudamos alguns mercados e definimos os mais interessantes. No momento ideal anunciaremos para quais regiões iremos enviar os propulsores”, comenta Francis Jorge, plant manager do Polo Stellantis de Porto Real. Autoesporte apurou que o envio para a África está confirmado, mas o acordo ainda não foi anunciado. O destino será o Marrocos. O país abriga uma fábrica em Kenitra, nas redondezas da capital, Rabat. A unidade está recebendo investimentos pesados e vai passar a montar veículos sobre a plataforma Smart Car (um outro nome para CMP usada em C3, Aircross, Basalt, 208 e 2008), além de ter a capacidade de produção dobrada para até 400 mil veículos por ano. C4 Cactus pode “sobreviver” no exterior Citroën C4 Cactus poderá seguir em produção para atender outros mercados Divulgação O C4 Cactus, que tem cambaleado nas vendas no Brasil desde o início do ano, é outro que pode se beneficiar com a estratégia de exportações da fábrica de Porto Real. Até por isso, a Stellantis não declara, oficialmente, que o C4 Cactus terá a produção encerrada. Fontes ligadas à empresa dizem que o modelo pode seguir em produção, ainda que em quantidade bastante reduzida, a fim de cumprir tabela no mercado externo. Initial plugin text No Brasil, porém, o C4 Cactus sumiu da lista de 40 SUVs mais emplacados no país, de acordo com a Fenabrave, no mês de junho. Desde abril, não tem mais de 100 exemplares vendidos por mês. No acumulado até meados de setembro, meras 865 unidades saíram das lojas. Em nota oficial, a Citroën faz questão de ressaltar que o modelo “segue em produção e continua sendo comercializado no Brasil e região”. No entanto, a marca também diz que não comenta “sobre estratégias comerciais futuras”. Jeep Avenger produzido em Porto Real também será exportado Jeep Avenger será produzido na fábrica de Porto Real Divulgação Se o veterano compacto tem chances de seguir abastecendo países vizinhos, lançamento que nem bem foi oficializado também tomará o mesmo rumo. Além da produção destinada ao mercado brasileiro, o vindouro Jeep Avenger também atenderá ao mercado externo. Para produzir o novo SUV compacto da Jeep, informação antecipada pelo site Autos Segredos, a Stellantis está investindo R$ 3 bilhões na unidade do sul fluminense. O modelo usa a mesma base CMP dos Citroën já feitos ali. Com todas essas movimentações, a Stellantis e, por conseguinte, a Citroën esperam que Porto Real volte a operar em dois turnos – algo que não ocorre desde o início de 2023. “Tudo depende da resposta do mercado. Este é o nosso desejo”, garante Felipe Daemon, vice-presidente da marca de origem francesa para a América do Sul. A fábrica de Porto Real foi inaugurada em 2001, ainda pelo grupo PSA Peugeot Citroën. Dos 1,8 milhão de veículos produzidos desde então, 370 mil foram exportados. Quer ter acesso a conteúdos exclusivos da Autoesporte? É só clicar aqui para acessar a revista digital. Mais Lidas

Motor 1.6 de Peugeot e Citroën vai sobreviver, mas só para exportação
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