Na Holanda, F1 mostra que temos um campeonato em 2024
Temos um campeonato! Sim, é sempre perigoso afirmar isso em uma F1 que muda de forma tão rápida quanto os carros que rasgam a reta a mais de 300 km/h. Mas a sensação de quem esteve vendo ao vivo a corrida hoje aqui em Zandvoort foi de que Max Verstappen sentiu o golpe. Na entrevista coletiva organizada pela FIA logo depois da corrida, onde F1MANIA.NET esteve presente, era possível ver o desânimo do holandês pela derrota. Nem tanto pelo resultado em si, já que ele obviamente queria a vitória em casa. Mas por saber antes mesmo da largada de que o segundo lugar era o máximo que ele poderia fazer neste domingo em Zandvoort. Nas palavras, Verstappen mantém o otimismo. Diz que “não há motivo para pânico” e que a Red Bull pode e deve melhorar nas próximas corridas. Já Norris também sabe medir as palavras para evitar um otimismo exagerado por parte da McLaren. Como quem foge da responsabilidade, o inglês falou nesta mesma entrevista coletiva de que irá “pensar uma corrida de cada vez” e que não vai falar em pensar no título porque “desde a primeira corrida ele pilota pensando no Mundial”. O discurso poderia até parecer 100% honesto até analisarmos como foi a vitória de Norris hoje na Holanda. Com quase 23 segundos de diferença, foi a maior margem do ano e uma das maiores da história da McLaren nos últimos dez anos. Que os carros laranjas já são os melhores do grid, o universo da F1 já sabia disso há algumas corridas. Neste domingo em Zandvoort, no entanto, o paddock não só tem a certeza disso, como já começa a achar que a margem de 70 pontos que Verstappen acumulou até aqui pode não ser o suficiente. Embora a próxima corrida já seja em setembro, em Monza, no GP da Itália, vale lembrar que o Mundial deste ano ainda tem mais nove provas pela frente. E veja que curioso: depois do resultado deste domingo, Norris só depende dele para ser campeão do mundo. Afinal, se ele vencer e marcar a melhor volta, ele abrirá ao menos oito pontos de vantagem para Verstappen (caso ele seja segundo). Ou seja, 9x8 são 72 pontos, dois a mais do que ele está distante hoje do piloto da Red Bull – isso, claro, sem contar as corridas Sprint no sábado. Ou seja, para ser campeão, Norris não precisa matematicamente de “tropeços” de Verstappen. Claro que este é um cenário hipotético, mas fica evidente que temos, sim, um Mundial. Se a disputa pelo título de pilotos seguirá acirrada, aí é outra história. Mas a McLaren trouxe para a Holanda uma série de upgrades que se mostraram eficientes e devem seguir jogando o time como favorito para os próximos GPs, ainda que Norris tenha dito que espera reação de Red Bull, Mercedes e Ferrari já em Monza. De fato, é uma pista atípica, com o menor arrasto aerodinâmico do calendário, e que pode trazer surpresas. Mas ironicamente agora o fator surpresa não é mais alguém derrotar Verstappen, e sim a McLaren. Também é interessante pensar como o time de Woking fará de agora em diante com seus dois pilotos, que mantém status de número 1. Na Hungria, o mundo do automobilismo viu de forma abismada o quanto Norris lutou para devolver o primeiro lugar para Piastri. Naquela altura, antes das férias da F1, houve quem chamasse a atitude do piloto inglês de arrogante, de não saber jogar em equipe. Agora, porém, estes sete pontos de diferença parecem mais importantes. Se a ascensão de Norris e a dificuldade de Verstappen seguirem pelas próximas etapas, eles podem até fazer a diferença nas últimas etapas do ano. Tomara para a McLaren que estes pontos nem façam falta – para o bem ou para o mal (caso Verstappen consiga “sobreviver” e manter esta diferença de pontos sempre em uma margem alta). Em todo caso, o “exército laranja” que venceu na Holanda desta vez foi de um time, e não da nacionalidade holandesa. Eu até perguntei a Norris na entrevista da FIA se a relação dos torcedores em Zandvoort tinha mudado em relação a ele agora que era o principal rival de Verstappen. “Não, nem um pouco, inclusive eu me sinto sempre acolhido aqui”, respondeu o piloto da McLaren, lembrando que sua mãe, inclusive, nasceu na Bélgica e que justamente por isso tem uma relação afetiva com esta parte da Europa. Por falar em McLaren, quem também esteve em Zandvoort foi o piloto de desenvolvimento do time, Gabriel Bortoleto. Neste final de semana, seu manager, Fernando Alonso, admitiu as conversas com a Sauber/Audi e “mais outras equipes”. Depois do forte acidente de Logan Sargeant nos treinos do GP da Holanda, os rumores também indicam que a vaga da Williams pode ser aberta ainda este ano – afinal, são nove GPs até o final da temporada… O Brasil aparece na lista de cotados, com o próprio Bortoleto e o campeão da F2, Felipe Drugovich, mas Mick Schumacher, que também estava circulando em Zandvoort como piloto de testes da Mercedes, também está de olho em um retorno para a vaga de titular na F1. A F1 voltou de férias e parece “ligada no 220v”, com um volume incrível de acontecimentos nestes dias e de uma nova realid
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