Senado dos EUA acusa montadoras de importar peças feitas com trabalho forçado na China

Washington | AFP Um relatório do Senado americano acusou nesta segunda-feira (20) as montadoras alemãs BMW e Volkswagen, a britânica Jaguar Land Rover e a sueca Volvo de terem importado nos Estados Unidos veículos com peças que poderiam ser resultado do trabalho forçado da minoria uigur na China. No âmbito da lei sobre trabalho forçado dos uigures (UFLPA, na sigla em inglês), que entrou em vigor em 2021, os Estados Unidos proíbem a importação de produtos cuja cadeia de abastecimento esteja em parte ligada ao trabalho forçado dessa minoria muçulmana na China. Nesse sentido, as fabricantes presentes no relatório são acusados de incluir peças produzidas por um fornecedor inscrito em uma lista proibida. Estande da BMW no Salão do Automóvel de Pequim - Tingshu Wang - 25.abr.2024/Reuters O relatório assinala que a BMW produziu e importou veículos com partes "supostamente fabricadas mediante trabalho forçado", enquanto a Jaguar Land Rover importou partes em igual situação. A VW também fabricou veículos para o mercado americano com esses componentes, e mantém relações "de negócios" com fornecedores da região chinesa de Xinjiang, diz o documento. O governo chinês é acusado de encarcerar cerca de um milhão de uigures e membros de outras minorias muçulmanas em instalações em Xinjiang, embora suas autoridades neguem. A BMW é particularmente destacada, acusada de ter importado milhares de veículos com conhecimento de causa, entre eles mais de 8.000 Mini Coopers, o que só foi interrompido após pressão do comitê do Senado, diz o texto. Folha Mercado Receba no seu email o que de mais importante acontece na economia; aberta para não assinantes. Carregando... A montadora disse em comunicado que tomou medidas para interromper a importação dos componentes e substituirá voluntariamente as peças nos veículos que os continham. "O Grupo BMW possui padrões e políticas rígidas em relação às práticas de emprego, direitos humanos e condições de trabalho, que todos os nossos fornecedores diretos devem seguir", disse. "A Volkswagen leva seriamente em conta as acusações de violações dos direitos humanos e está determinada a impedir qualquer uso de trabalho forçado em nossa cadeia de abastecimento", disse à AFP um porta-voz do grupo alemão. "Atuamos rapidamente e de forma responsável para substituir a peça [proveniente do fornecedor proibido] e respeitar a UFLPA", acrescentou. A Jaguar Land Rover disse que as peças eram usadas em veículos mais antigos que não estão mais à venda e eram importadas apenas como substituição. A empresa disse que, quando soube que as peças estavam na lista de trabalho forçado, parou imediatamente de comprá-las e as destinou para destruição. "A JLR leva a sério questões de direitos humanos e trabalho forçado e tem um programa ativo em andamento de proteção dos direitos humanos e medidas contra a o trabalho escravo", disse a empresa em comunicado. A lei de 2021, aprovada de forma praticamente unânime no Congresso dos Estados Unidos, proíbe importar produtos de Xinjiang a menos que as empresas consigam comprovar que sua produção não inclui trabalho forçado. A China nega a existência de trabalho forçado e abusos de direitos humanos na região. Segundo o governo dos EUA, de 2017 a 2019, as autoridades chinesas em Xinjiang detiveram mais de 1 milhão de uigures e outras minorias em centros de reeducação. Empresas americanas que compram algodão, tomates, painéis solares, minerais críticos e outros produtos da China também têm lidado com a exposição a Xinjiang em suas cadeias de suprimentos. Na última quinta-feira (16), o governo Biden adicionou 26 empresas chinesas do setor têxtil à lista da UFLPA, citando seus laços com trabalho forçado Tópicos relacionados Leia tudo sobre o tema e siga: sua assinatura pode valer ainda mais Você já conhece as vantagens de ser assinante da Folha? Além de ter acesso a reportagens e colunas, você conta com newsletters exclusivas (conheça aqui). Também pode baixar nosso aplicativo gratuito na Apple Store ou na Google Play para receber alertas das principais notícias do dia. A sua assinatura nos ajuda a fazer um jornalismo independente e de qualidade. Obrigado! sua assinatura vale muito Mais de 180 reportagens e análises publicadas a cada dia. Um time com mais de 200 colunistas e blogueiros. Um jornalismo profissional que fiscaliza o poder público, veicula notícias proveitosas e inspiradoras, faz contraponto à intolerância das redes sociais e traça uma linha clara entre verdade e mentira. Quanto custa ajudar a produzir

Senado dos EUA acusa montadoras de importar peças feitas com trabalho forçado na China
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