Citroën pode ser fundamental na disputa entre Stellantis e BYD

Saiba por que a francesa Citroën (e não Fiat ou Jeep) pode ser a "arma tecnológica" contra os chineses no Brasil 16 mai 2024 - 14h43 Compartilhar Novo Citroën Ë-C3 europeu: para o Brasil viria só o design Foto: Stellantis / Guia do Carro A Stellantis é a montadora que mais tem a perder se a chinesa BYD continuar crescendo no Brasil. Isso porque a supermontadora que reúne Fiat, Jeep, Citroën, Peugeot e Ram é dona de 29,6% do mercado automotivo brasileiro (Jan-Abr 2024).No panorama atual, a liderança da Stellantis é sólida como uma rocha. Nem a Volkswagen nem a GM possuem produtos capazes de abalar essa hegemonia no curto prazo. Mas a chinesa BYD corre por fora – e é aqui que a Citroën pode ser fundamental. Notícias relacionadas O "risco BYD", vamos dizer assim, existe no potencial que os carros elétricos de baixo custo têm para crescer nas grandes e médias cidades brasileiras (acima de 500 mil habitantes). Novo Citroën Ë-C3 europeu: para o Brasil viria só o design Foto: Stellantis / Guia do Carro Se a dupla Dolphin e Dolphin Mini – que será fabricada na Bahia a partir de 2026 – começar a crescer demais perante o público jovem urbano (abaixo de 35 anos), a Stellantis terá que fazer um movimento de defesa. E a Citroën é atualmente sua marca mais adequada para isso.A Fiat não tem nenhum carro elétrico de volume em nenhum lugar do mundo. Além disso, precisa manter-se como marca popular e acessível, por isso seus carros da próxima geração ganharão o famoso sistema micro-híbrido flex (Bio-Hybrid).A Jeep vai brigar num patamar mais elevado, contra carros chineses como o BYD Song Plus PHEV e os Haval H6 e H4 (futuro lançamento da GWM). Para isso, os Jeep Commander, Compass e Renegade vão ganhar os sistemas Bio-Hybrid e-DCT e Bio-Hybrid PHEV. Podem até ganhar uma versão elétrica no fim da década, mas não para fazer volume. Novo Citroën Ë-C3 europeu: para o Brasil viria só o design Foto: Stellantis / Guia do Carro A Peugeot teve toda sua produção transferida para a Argentina. Resta a Citroën, que agora domina sozinha a planta de Porto Real (RJ), com a produçäo dos modelos C3, C3 Aircross e (em breve) Basalt.Acontece que, além da França, a Citroën já fabrica o Ë-C3 elétrico na Índia, um país com características muito parecidas com as do Brasil. O Citroën Ë-C3 indiano não é tão sofisticado como o francês, justamente para ser mais barato, entrando em mercados de menor poder aquisitivo.Para além disso, um futuro Citroën Ë-C3 nacional, com porte, potência e bateria para ser posicionado entre o BYD Dolphin e o Dolphin Mini, poderá ficar ainda mais barato se usar a arquitetura BEV do Leapmotor T03, pequeno carro elétrico chinês que agora faz parte do portfólio global da Stellantis. Novo Citroën Ë-C3 europeu: para o Brasil viria só o design Foto: Stellantis / Guia do Carro Historicamente, a Citroën é uma marca inovadora. Essa tradição vem sendo mantida pela Stellantis. É dela, por exemplo, o Ami, um minicarro elétrico que faz sucesso na França, mas no Brasil não tem permissão para rodar em vias públicas.Mas não será fácil. O Citroën Ë-C3 indiano, tal como é hoje, não serve para o Brasil porque é um carro de baixa potência e alcance reduzido. Muito parecido com o C3 a combustão, o Ë-C3 da Índia tem um motor elétrico dianteiro de 42 kW de potência (57 cv) e 143 Nm de torque. Sua velocidade máxima é de apenas 107 km/h e ele vai de 0 a 60 km/h em 6,8 segundos.A bateria tem 29,2 kWh de capacidade, o que permite ao Ë-C3 um alcance de 320 km pelo ciclo MIDC. No Brasil, o PBEV daria a ele no máximo 224 km de alcance. Mesmo com essa bateria, o carregamento “Fast Charge” leva 57 min, segundo a Citroën. Com essas características, o Citroën Ë-C3 disputaria no máximo com o Renault Kwid E-Tech. Citroën Ë-C3: modelo indiano não será importado para o Brasil Foto: Stellantis / Guia do Carro Uma combinação desse carro, com as tecnologias do Leap T03, considerando ainda as características do mercado brasileiro, podem resultar num Citroën Ë-C3 "tropicalizado". O visual deve ser o do Ë-C3 europeu, mas o conteúdo, dificilmente. Mas tudo vai depender do quanto a BYD vai, de fato, avançar com seus carros elétricos. Se não crescer muito, a Stellantis não vai se incomodar com a presença da badalada marca chinesa. Compartilhar TAGS

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