Chuvas e paralisações ameaçam resultados da indústria automotiva em 2024

Os números do setor automotivo se mantiveram acima das expectativas no primeiro quadrimestre. As vendas de veículos leves e pesados tiveram alta de 16,3% em relação ao mesmo período de 2023. Na produção, o crescimento é de 6,3%. Os dados são da Anfavea (associação das montadoras). O cenário, contudo, tende a mudar. As linhas de produção interrompidas por diferentes fatores e a paralisação das atividades de servidores ambientais já afetam a produção, a importação e a exportação de automóveis. Os principais problemas estão no Rio Grande do Sul. As enchentes levaram a paradas em fábricas localizadas no Brasil e na Argentina, além dos entraves para receber peças e escoar parte do que já foi manufaturado. Linha de produção do Chevrolet Onix em Gravataí (RS); unidade está parada devido às enchentes no Rio Grande do Sul - Divulgação Segundo levantamento feito nesta terça (7) pelo Sindipeças (associação dos fornecedores de componentes), as interrupções afetam mais os fornecedores instalados na região metropolitana de Porto Alegre. A situação fabril é melhor em Gravataí e Caxias do Sul, mas há problemas logísticos que atingem toda a região. "As empresas estão em alerta, a qualquer momento podem ser impactadas. A região Sul tem 540 unidades fabris em diferentes segmentos", diz Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea. A fábrica da General Motors na cidade gaúcha de Gravataí está com as atividades interrompidas até sexta (10). A empresa americana parou a linha de montagem na quinta (2). Naquele momento, o objetivo era reduzir os estoques, com retomada das atividades prevista para esta semana. Contudo, o cenário mudou por causa das tempestades e inundações. "Em razão das fortes chuvas que atingem o Estado do Rio Grande do Sul, a General Motors concedeu days-off nos dias 8, 9 e 10 de maio na fábrica de Gravataí como medida para priorizar a segurança dos seus empregados", diz o comunicado enviado pela montadora. "A fábrica já estava com parada programada nos dias 6 e 7 de maio, o que minimizou os impactos. A empresa também tem trabalhado em conjunto com o Instituto GM e voluntários para apoiar empregados atingidos e a comunidade com doações em dinheiro, alimentos e roupas, além do empréstimo de veículos para operações de resgate." Na Argentina, a linha de montagem do Fiat Cronos, na cidade de Córdoba, está paralisada. Além de o Rio Grande do Sul ser rota para o envio de itens necessários à fabricação dos carros, parte das peças é fornecida por empresas instaladas no estado. A produção na fábrica do grupo Stellantis deve permanecer interrompida até o dia 13. Os carros montados por GM e Stellantis nas linhas paralisadas somaram 54,6 mil unidades emplacadas no Brasil no primeiro quadrimestre. O dado é da Fenabrave (associação dos distribuidores de veículos). Outro problema associado à crise no Rio Grande do Sul é o mercado interno do estado, que representa 5% do total das vendas de automóveis no Brasil. É esperada uma queda acentuada dessa participação em maio. "Algumas montadoras têm sinalizado riscos de interrupção das atividades, e essa situação tem requerido um esforço muito maior da indústria para atingir os resultados esperados", afirma o presidente da Anfavea. "Por enquanto, estamos com a luz amarela acesa." Outro problema relativo à região Sul é a greve dos funcionários da Renault, no Paraná. A decisão foi tomada em assembleia realizada nesta terça (7) pelo Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba. A medida ocorreu devido a impasses durante a negociação para o pagamento de PLR (Participação nos Lucros e Resultados) e o debate sobre o reajuste da categoria. Os funcionários da Horse, empresa que fabrica motores e funciona dentro da Renault, também entraram em greve pelo mesmo motivo. A fábrica paranaense tem cerca de 5.000 funcionários, divididos em dois turnos. São fabricados 800 veículos por dia. Márcio de Lima Leite diz que, apesar das paralisações, a Anfavea não pretende mudar suas projeções agora. Em dezembro, a entidade previu um crescimento de 7% nas vendas de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus no país em 2024. Pelo cálculo, o ano terminaria com 2,45 milhões de unidades comercializadas. Já a expectativa para a produção é de alta de 4,7%, o que representaria a montagem de 2,47 milhões de unidades neste ano. Ibama trava importação de 47 mil automóveis Além das interrupções na produção, o setor é afetado pela paralisação dos servidores ambientais. O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) é responsável pela emissão das licenças de importação de carros. Esses documentos comprovam que o órgão está ciente da entrada desses produtos no território nacional, atestando conformidade com as regras ambientais vigentes no Brasil. Segundo o presidente da Anfavea, há 47 mil veículos aguardando liberação nos portos e pátios de diferentes países. São automóveis que têm motor a combustão, incluindo os híbridos. Apenas os carros elétricos estã

Chuvas e paralisações ameaçam resultados da indústria automotiva em 2024
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Os números do setor automotivo se mantiveram acima das expectativas no primeiro quadrimestre. As vendas de veículos leves e pesados tiveram alta de 16,3% em relação ao mesmo período de 2023. Na produção, o crescimento é de 6,3%. Os dados são da Anfavea >>>

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