Como um Fiat Palio viajou até a Europa e se tornou xodó de fã de carros

Hatch produzido em Minas Gerais foi adquirido por importadora alemã em 2006 e acabou encalhado em loja de carros até ser encontrado por brasiliense Cerca de 160 mil brasileiros moram na Alemanha, apontam dados do Itamaraty. Em sua maioria, são estudantes ou trabalhadores que buscam uma vida mais segura e estável na maior economia da Europa. Nem todos estão no radar do Ministério de Relações Exteriores, como é o caso deste Fiat Palio fabricado em Betim (MG). Afinal, o que esse brasileiríssimo hatch, tão comum em nossas ruas, está fazendo em terras alemãs? Antes de despertar nossa curiosidade, a história do Fiat instigou seu atual dono. Saiba-mais taboola Lucas Toledo, 32, nasceu em Brasília (DF) e passou a maior parte de sua vida no Brasil. Em 2018, mudou-se para um vilarejo próximo de Nuremberg, na Baviera, à procura de novas oportunidades de trabalho. Fluente em alemão, casou-se com uma local e foi contratado pela DHL, a famosa empresa de entregas. + Quer receber as principais notícias do setor automotivo pelo seu WhatsApp? Clique aqui e participe do Canal da Autoesporte. Ao procurar um novo “brinquedinho”, deparou-se com o anúncio de um Fiat Palio brasileiro dando sopa na região. Por mais que a Alemanha seja um verdadeiro playground de carros dos sonhos e excêntricos para os brasileiros, Lucas se sentiu estimulado a conhecer o hatch mineiro pessoalmente e decidiu comprá-lo. Apesar da gama de carros excêntricos que rodam na Europa, brasileiro se sentiu intrigado a comprar Fiat Palio Fire 2006 na Alemanha Lucas Toledo/Acervo pessoal “O carro ficou encalhado na loja de um turco. Os alemães nem davam muita bola, pois o confundiam com um Fiat Panda europeu”, contou. Sem grande complicação, fez uma proposta e, por 2,3 mil euros (R$ 12,4 mil), levou para casa a iguaria latino-americana — e, com ela, alguns pepinos relacionados ao motor Fire. Das brasilianische Auto Com o Palio na garagem, Lucas iniciou um trabalho de reconstituição de sua origem desde a fábrica de Betim (MG). Ele descobriu que o carro brasileiro (Das brasilianische auto, em alemão) foi adquirido em 2006, 0 km, em uma concessionária Itavema de São José dos Campos (SP) por uma importadora local contratada pela Shell. Ao que tudo indica, a subsidiária alemã tinha a intenção de estudar o comportamento do motor flex, tecnologia inovadora apresentada no Brasil nos anos anteriores. Funcionários da Shell receberam o pequeno hatch mineiro no porto de Hamburgo. No contêiner, segundo a pesquisa de Lucas, também havia um Volkswagen Gol Total Flex enviado para aquele país com a mesma finalidade. Com os documentos emitidos e regularizados, a empresa iniciou os testes. Lucas Toledo, 32, é o brasiliense dono de Fiat Palio que mora em um vilarejo, em Nuremberg, desde 2018 Lucas Toledo/Acervo pessoal É difícil atestar a natureza do experimento. Certo é que, após ser usado pela Shell, o Palio foi vendido a uma senhora alemã que mal dirigia. Depois disso, ficou na revenda por sete longos anos até Lucas aparecer para comprá-lo, em 2023, com 27.300 km no odômetro (hoje, o carro tem 30.000 km). “Ele estava para virar lixo. Normalmente, é o destino dos modelos nacionais que vêm para cá”, lamentou o entusiasta. Talvez pela severidade dos testes e, também, devido ao longo tempo parado, o motor precisava de muitos reparos. Lucas teve de plainar o cabeçote e trocar juntas e correia. Por sorte, achar peças do motor Fire na Europa é tão fácil quanto no Brasil. Fiat Palio Fire 2006 comprado por Lucas Toledo precisou de alguns reparos no motor; peças desse tipo de propulsor são fáceis de encontrar na Europa Divulgação Outros nacionais expatriados Lucas teve curiosidade sobre carros brasileiros enviados à Europa. Ao pesquisar em órgãos públicos e lojas, encontrou Volkswagen Gol na Polônia, Fiat Uno na Espanha, Hyundai HB20 na Áustria, Volkswagen Saveiro e Chevrolet Celta na Holanda e vários Fiat Siena na Ucrânia. Na conta @umpalionalemanha, no Instagram, ele compartilha o que descobre sobre cada veículo. “Tem histórias inusitadas. Descobri que um funcionário da embaixada de Portugal gostou tanto de dirigir um Gol que decidiu levá-lo para a Europa. Já o transporte da Saveiro para a Holanda foi tão caro que o homem que decidiu importá-la se arrependeu. Hoje, a picape está encalhada em uma loja”, contou. Em conta no Instagram, Lucas conta histórias inusitadas sobre a exportação de carros brasileiros Autoesporte Chevrolet Celta | Holanda: poucos carros da Chevrolet chegaram à Europa, onde a GM era representada pela Opel; VW Gol | Polônia: hatch mais vendido no Brasil é um dos carros nacionais mais comuns na Europa; Fiat Palio | Alemanha: uma versão mais moderna do hatch mineiro também foi avistada; VW Gol | Alemanha: um alemão gostou tanto do Gol quadrado que fez uma pequena coleção em sua garagem; Hyundai HB20 | Áustria: os europeus o confundem com o i20, hatch compacto que a Hyundai vende no continente; Chevrolet Corsa | Alemanha: a perua era comercializada pela Opel n

Como um Fiat Palio viajou até a Europa e se tornou xodó de fã de carros
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