Por que Ayrton Senna é uma lenda mesmo 30 anos após sua morte?
Por que Ayrton Senna é uma lenda mesmo 30 anos após sua morte?playNilson Cesar aponta Ayrton como segundo maior esportista brasileiro depois de Pelé e diz: 'Odiava o segundo lugar' (1:16)Narrador relembra momentos que viveu com o piloto (1:16)Por José Antonio Cortés, de Los Angeles (EUA)1 de mai, 2024, 04:00Diz a lenda que, quando pilotava um carro, Ayrton Senna entrava em um transe místico que o levava a dirigir de forma mágica, sobrenatural, implausível e tecnicamente impossível, e esse é um dos motivos que o tornaram uma lenda, dentro e fora das pistas da Fórmula 1.Faz 30 anos que o homem que elevou o conceito da palavra "piloto" a um novo patamar, a um nível sem precedentes, perdeu a vida na curva Tamburello do circuito Enzo e Dino Ferrari em Ímola. Três décadas depois daquele 1º de maio de 1994, Ayrton Senna ainda é, e cada vez mais, uma lenda.Mas como Senna ainda preserva essa imagem quase intacta numa sociedade imediatista? Com novos ídolos surgindo, com seus recordes sendo quebrados, como Ayrton ainda permanece no pensamento dos fãs de Fórmula1? Por que ele ainda é considerado o melhor de todos os tempos por muitos?Os motivos dessa adoração por um piloto que morreu no milênio passado, que não conheceu a Internet, baseiam-se em tudo o que ele fez, em tudo o que poderia ter feito, mas, acima de tudo, em como ele fez.Sua personalidade, seu misticismo, sua filosofia de vida e de pista (que andavam juntas, mas não se misturavam), seu caráter generoso com alguns e implacável com outros, sua maneira de humilhar os rivais e seu desejo insaciável de vitória fazem parte do personagem, mas o que realmente fez dele uma lenda foi sua pilotagem fora de série em uma época em que havia muitos grandes rivais na F1, e como ele conseguiu se destacar entre todos eles.Arte ESPNDemolindo os rivaisA pilotagem e o efeito de Ayrton Senna na Fórmula 1 podem ser exemplificados por uma anedota contada por Jo Ramirez, que foi coordenador da equipe McLaren por mais de duas décadas e amigo íntimo do paulista, nascido em 21 de março de 1960.Jo Ramirez relembra o Grande Prêmio de Mônaco de 1988. Ayrton Senna era recém-chegado à equipe, comandada pelo lendário Alain Prost, já bicampeão mundial e vencedor no Principado nos três anos anteriores.Era apenas o terceiro GP da temporada, Senna saiu do carro depois de sua tentativa de volta mais rápida, a famosa "volta voadora", e sentou-se ao lado do caminhão da equipe, ainda imerso no estado de abstração que ele tinha antes, durante e depois de entrar no carro. Parecia que seu espírito estava em outro lugar.Alain Prost não conseguia acreditar. Ele pesquisou a telemetria, vasculhou os relatórios e perguntou a Jo Ramirez: Onde ele poderia ter conseguido tirar esse tempo de mim? O culpado pela tribulação do grande piloto francês foi Ayrton Senna.A confusão e a descrença do homem que havia vencido o Grande Prêmio de Mônaco três vezes consecutivas foram causadas pelo 1,427 segundo que seu companheiro de equipe brasileiro tinha de vantagem na classificação para a corrida.Sim, um segundo e 427 milésimos entre o primeiro e o segundo lugar em carros idênticos. Na F1, um décimo de segundo é uma distância razoável, dois ou três são suportáveis, quatro décimos a um segundo é uma vida inteira, portanto, quase um segundo e meio é uma eternidade.Enquanto Prost ainda estava em choque e pedia explicações a Ramirez, Jo pôde ver pelo caminhão da McLaren que Senna, que estaca atrás de Alain, balançou a cabeça em seu transe e piscou para o coordenador mexicano com um sorriso malicioso.Ayrton Senna gostava não apenas de vencer seus rivais, mas também de humilhá-los. E todos nós sabemos que, no automobilismo, seu companheiro de equipe é seu primeiro e principal rival.Sua pilotagem era sobrenaturalMuito já foi dito e escrito sobre o estilo de pilotagem de Ayrton Senna. Como e por que ele era tão rápido. E há várias teorias sobre isso.Primeiro, era sua maneira de fazer curvas. Se você prestar atenção aos vídeos de Senna, em comparação aos de outros pilotos fazendo a mesma curva, poderá ouvir e ver como ele, de alguma forma, aumentava as rotações o motor quando reduzia a marcha na entrada da curva e acelerava durante o ápice dela para manter as rotações altas e sair para a reta mais rápido do que o resto dos pilotos.Enquanto fazia curvas, ele reduzia e aumentava a velocidade, reduzia e aumentava a marcha, acionava os freios, mas sempre com a máquina girandoProst me dizia: "Eu não consigo fazer isso!"", diz Jo Ramirez.Explicar isso em termos anatômicos significaria que, para fazer essas manobras, era necessário um ser humano com três braços e três pernas. Isso porque, ao mesmo tempo em que ele pisava no acelerador para aumentar as rotações, ele pisava na embreagem para trocar de marcha e freava (para isso, usava os dedos do pé, calcanhar), mas, devido à precisão e à força da manobra, parecia que ele tinha outra perna.Na parte superior do tronco não era diferente, lembre-se de que esses carros não tinham direção h
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