A incrível história do boné de Ayrton Senna que caiu nas mãos de um repórter da ESPN

Como boné usado por Ayrton Senna em sua última vitória no Brasil caiu nas mãos de um repórter da ESPNplayMauro Naves relembra presente especial que ganhou de Senna na última entrevista do astro no Brasil (2:43)Repórter viveu tarde de emoções com o piloto em Interlagos (2:43)Por José Antonio Cortés, de Los Angeles (EUA)30 de abr, 2024, 07:00Juan Fossaroli já teve um boné que pertenceu ao próprio Ayrton Senna. O adereço rapidamente se tornou seu bem mais precioso, um que guardava com carinho. A história de como ele chegou em suas mão e, depois, como sumiu delas é mágica e difícil de acreditar do começo ao fim.Juan Fossaroli é o repórter de pitlane da ESPN Argentina e cobriu mais de 400 Grandes Prêmios de Fórmula 1 desde 1991, sempre com foco no mercado latino-americano e argentino em particular. Ele é um personagem bem conhecido no paddock, mas poucos imaginam que que ele carrega consigo uma história quase mítica que o liga diretamente a Ayrton Senna e ao boné que o ídolo usou no pódio quando venceu o Grande Prêmio do Brasil de 1993.Um lance de destino: a aquisição do boné"Foi em 28 de março de 1993, para ser exato. Era o Grande Prêmio do Brasil, que Senna venceu pela segunda e a última vez, porque infelizmente ele morreu no acidente em San Marino no ano seguinte”."No Grande Prêmio de 1993, foi pura festa. No pódio, Juan Manuel Fangio (está usando) um boné, com o qual veio abraçado. Ele entrega o prêmio para Senna e em seguida o abraça. Junto com isso, o brasileiro recebe o boné, e tem várias fotos do Ayrton se banhando com champanhe usando ele”."Então as comemorações terminam, Senna está muito feliz, desta vez sem problemas físicos como em 1991, e ele pega o boné banhado de champanhe, com ‘Brasil 1993’ escrito na lateral, com a mão direita”.O boné usado por Senna no pódio de Interlagos viveu aventura nas mãos de um repórter da ESPN Arte ESPN"Eu estava assistindo à comemoração da torre dos fotógrafos, aquela torre grande no Brasil (São Paulo), sem fazer nada. O Senna joga o boné até a altura do pódio, direto para a minha mão. É uma coisa que eu conto e, toda vez que conto, fico emocionado porque digo que não me esforcei. Não é que eu tenha me jogado como um louco. Eu estendi minha mão e peguei, juro pelos meus filhos", disse um emocionado Juan Fossaroli em uma conversa com a ESPN.Aquele boné com a escrita "Goodyear" em dourado, na frente, percorreu uma distância de cerca de 35 metros do pódio, e da mão de Ayrton Senna, até a mão de Juan Fossaroli.Qual é a probabilidade do boné com o qual um piloto vencedor de F1 comemorou no pódio cair em suas mãos no meio de uma multidão? Qual é a probabilidade de o piloto que jogou o boné ter sido o lendário Ayrton Senna?Tudo o que cerca Ayrton Senna tem um ar de magia, e, por consequência, tudo o que pertenceu a ele se tornou uma espécie relíquia. O sonho de todo fã de ter uma lembrança autografada pelo falecido tricampeão brasileiro pode acontecer da maneira mais inesperada e oportuna. Foi o que aconteceu com Juan."Quando eles me viram pegar o boné, todos os torcedores começaram a gritar comigo, mas eu o coloquei debaixo do colete”, relembra."Lembro que, naquele momento, Fernando (Tornello, narrador da F1 por mais de quatro décadas) estava na cabine e eu estava muito feliz. Eu disse a ele: 'Estou com o boné'. E Fernando disse: ‘Me dê!’, porque ele também gostava de Senna, como todos nós, mas eu fiquei com ele”."Algum tempo depois, Senna chega a Buenos Aires, há uma coletiva de imprensa e eu vou lá com meu boné. Queria ver se ele o autografaria para mim. Chego na coletiva e digo: 'Ayrton, estou com o boné que usou no Brasil, você pode assiná-lo para mim?’ Senna pega uma pasta que tinha, abre-a, coloca o boné dentro e a fecha. Ele me diz: 'Esse boné é meu' e eu fiquei paralisado. Juro que fiquei paralisado, mas era uma piada. Ele gostava de fazer muitas piadas. Ele me devolveu o boné e eu pedi que ele assinasse para mim, mas eu não tinha caneta, então ele pegou uma dourada e escreveu ‘Ayrton Senna 93’”."Bem, infelizmente, no ano seguinte ele morreu e foi feito um programa especial do Senna, o boné foi usado e eu compartilhei toda a história", continuou Fossaroli.Como Juan contou, Ayrton Senna morreria às 14h17 do dia 1º de maio de 1994 no circuito Dino e Enzo Ferrari em Ímola, no fatídico Grande Prêmio de San Marino, onde o austríaco Roland Ratzenberger também havia perdido a vida no dia anterior. Assim, o boné se tornou ainda mais valioso para ele, e as pessoas que sabiam de sua existência estavam lhe oferecendo literalmente dezenas de milhares de dólares, mas era impossível se desfazer desse tesouro por dinheiro”."Em um determinado momento, me ofereceram 25.000 euros pelo boné", explica ele.Ayrton Senna e Juan Manuel Fangio se abraçam no pódio de Interlagos, em 1993 Getty ImagesA mística continua: o sumiço do bonéUm dia, 16 anos depois que o boné caiu em suas mãos, Juan Fossaroli teve um pesadelo e, quando acordou, percebeu que não tinha sido apenas um sonho, seu boné h