Carros hiperpersonalizados ganham força e podem custar até R$ 11 milhões

Financial Times O presidente-executivo da Ferrari, Benedetto Vigna, diz que espera um dia vender um carro de US$ 10 bilhões (R$ 51 bilhões). Ele está brincando, mas é uma ideia baseada em um fenômeno que realmente acontece no setor: clientes super-ricos dispostos a pagar preços exorbitantes para criar um supercarro único próprio. "Isso é um sonho, mas isso seria o extremo do luxo", disse Vigna ao Financial Times. Até recentemente, as opções de personalização de carros como um novo Rolls-Royce, Bentley ou Aston Martin eram limitadas a escolhas como cor da pintura e tipo de estofamento e rodas. Detalhes de carro da Rolls Royce personalizado com 'estrelas' - Divulgação/Rolls Royce Nos últimos cinco anos, as coisas mudaram: compradores ricos estão dispostos a gastar quantias cada vez maiores para tornar seus novos carros altamente personalizados, às vezes até optando por redesenhar o veículo inteiro. "A demanda [por personalização] está nas alturas, e talvez seja porque as pessoas conseguem expressar sua própria estética e preferências". Essa explosão de hiperpersonalização é um fator importante no aumento da lucratividade para marcas como Ferrari e Bentley, de propriedade da Volkswagen, que podem atender às demandas dos grandes gastadores. Folha Mercado Receba no seu email o que de mais importante acontece na economia; aberta para não assinantes. Carregando... No ano passado, a Ferrari foi tão lucrativa que aumentou suas previsões a cada trimestre que passava e registrou um lucro líquido recorde de 1,26 bilhão de euros (R$ 6,8 bilhões) para o ano, dos quais cerca de 460 milhões de euros (R$ 2,5 bilhões) vieram de preços mais altos impulsionados pela customização. Enquanto isso, a Bentley teve um aumento de quase 10 vezes nos lucros desde 2019 para 589 milhões de euros (R$ 3,2 bilhões) no ano passado, impulsionado pelo que a empresa chamou de níveis de gastos "espantosos" com customização. Na Rolls-Royce, marca de luxo da BMW, uma divisão separada foi criada para lidar com a personalização. Isso regularmente eleva o custo do carro —que tem preços iniciais de 270 mil libras (R$ 1,7 milhão) a mais de 500 mil libras (R$ 3,1 milhões)— para mais de 1 milhão de libras (R$ 6,2 milhões). Detalhes de carro da Rolls Royce personalizado com bordados - Divulgação/Rolls Royce Uma das mudanças mais populares da Rolls-Royce é a instalação no teto do carro de uma cena de céu noturno feita com pequenas luzes de fibra óptica reguláveis, permitindo observar as estrelas enquanto é conduzido. Mas alguns clientes querem uma vista noturna mais personalizada. Um cliente solicitou bordados representando a superfície da lua completa com crateras. Segundo a Rolls-Royce, isso envolveu pelo menos 250 mil pontos individuais, cercados por 1.183 "estrelas" de fibra óptica. Outro casal em Xangai encomendou uma constelação baseada na filha bebê deles e teve uma imagem das pegadas dela embutida no painel branco do carro. As encomendas personalizadas atingiram "níveis recordes... tanto em volume quanto em valor", disse o chefe da Rolls-Royce, Chris Brownridge. A customização é frequentemente trabalhosa, mas ainda gera margens substancialmente mais altas para as montadoras. Alguns clientes têm pedidos especiais para o exterior do carro, para combinar com o interior personalizado. Existem histórias lendárias do setor sobre cores de pintura, desde a equipe da McLaren enviada a um chalé suíço para capturar o tom exato do nascer do sol na neve, até o engenheiro que voltou à fábrica da Bentley em Crewe de trem com as unhas pintadas na cor desejada pelo cliente. Carro da Rolls Royce personalizado - Divulgação/Rolls Royce Uma das tendências mais recentes são painéis e acessórios de fibra de carbono. Como material, é resistente, leve e muito caro. Usado sem pintura, sua superfície reflete a luz em diferentes ângulos para criar um efeito cintilante. "Nossos clientes se importam porque é leve, mas também é bonito", disse Vigna. Um acabamento em carbono, tanto por dentro quanto por fora, foi visto como outra maneira de deixar sua marca pessoal no veículo, disse ele, acrescentando que a Ferrari foi pega de surpresa no ano passado pela popularidade dessa opção específica. A empresa teve que fazer mudanças em sua cadeia de suprimentos para lidar com a demanda, disse ele, acrescentando que isso teria sido impensável cinco anos atrás. No ano passado, um comprador da Bentley gastou 400 mil euros (R$ 2,2 milhões) substituindo grandes seções da carroceria por fibra de carbono, o que fez o preço do carro dobrar. Outro pediu madeira de sua própria floresta para ser usada no interior de seu novo Bentley, um projeto que eventualmente levou o preço para mais de 2 milhões de euros (R$ 11 milhões). Na Ferrari, alguns clientes até se sentam com designers com um veículo "base" —como o SF90 de 375 mil libras (R$ 2,4 milhões)— e desenvolvem formas de carroceria inteiramente novas. Um cliente, de uma

Carros hiperpersonalizados ganham força e podem custar até R$ 11 milhões
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