Como a Fórmula E usa inteligência das pistas para melhorar os carros elétricos

Com carros quase padronizados, equipes buscam melhorar alcance e regeneração de energia O automobilismo é encarado por algumas fabricantes como a oportunidade de aumentar as vendas com base no sucesso das pistas. Há categorias, no entanto, que aproveitam a presença e exposição em competições para desenvolver tecnologia para os carros de rua. A Fórmula E, que acaba de ter a segunda corrida disputada no Brasil, é o maior exemplo. Saiba-mais taboola Na décima temporada, a Fórmula E tem seis fabricantes com equipes próprias. São elas: Nissan, Jaguar, Porsche, Maserati, DS e Mahindra. McLaren e Cupra ainda são clientes de Nissan e Mahindra, respectivamente. Como comparação, na Fórmula 1, só há cinco fabricantes: Ferrari, McLaren, Alpine, Mercedes e Aston Martin. "Isso mostra como a categoria é importante para desenvolver a tecnologia de carros elétricos”, disse Tommaso Volpe, diretor e chefe da equipe Nissan de Fórmula E. Fórmula E já está na sua 10ª temporada André Paixão/Autoesporte O grande interesse das fabricantes pode ser explicado pelo que acontece nas ruas do mundo inteiro. Vários países já anunciaram restrições e até proibições de venda de carros novos a combustão daqui alguns anos. Ao mesmo tempo, quase todas as marcas definiram uma data limite até tornarem suas linhas totalmente elétricas. + Quer receber as principais notícias do setor automotivo pelo seu WhatsApp? Clique aqui e participe do Canal da Autoesporte. A própria Nissan já disse que de 2030 em diante, só terá carros elétricos em alguns mercados. Como preparação, decidiu ingressar na Fórmula E em 2018, inicialmente como parceira da equipe E.Dams. Em 2022, decidiu que seria uma equipe de fábrica, assumindo o lugar do time francês. Das pistas para as ruas “Antes, atuávamos com uma estratégia de levar a tecnologia das ruas para as pistas. Com o aprendizado e o ciclo completo, decidimos inverter e passar a levar o que tiramos das corridas para os carros de rua”, disse Martyn Smith especialista da equipe. McLaren é uma das fabricantes que participam da Fórmula E André Paixão/Autoesporte Para Volpe, o maior aprendizado está no gerenciamento de energia. Os carros da categoria têm baterias de 41 kWh, apenas um pouco maior que a de um BYD Dolphin Mini. Porém, nem toda essa capacidade é usada. Em São Paulo, estão liberados 38,5 kWh. A questão principal é que isso só é suficiente para 60% da distância de uma corrida. Os 40% restantes são gerados nas frenagens. E o responsável por transformar a energia cinética em elétrica é um motor instalado no eixo dianteiro. O mais curioso é que ele não atua como propulsor, apenas como gerador de energia. Assim, o único motor de tração é o traseiro. Nos treinos, chega a 476 cv, mas na corrida a potência fica em 407 cv. De todo modo, é o mais potente nesses 10 anos de competição. A velocidade máxima pode passar de 320 km/h. Fórmula E segue padronização dos carros André Paixão/Autoesporte Agora, a categoria planeja instaurar recargas ultrarrápidas chamadas de Attack Charge. Após 30 segundos conectadas a um aparelho de 800 kW, os carros terão a potência total de 476 cv liberada por mais tempo durante as provas. Carros quase iguais Além da forma de propulsão, outra diferença gritante da Fórmula E para categorias como a Fórmula 1 é a quase padronização dos carros. "95% de um carro é o mesmo para todas as equipes", disse Smith. Isso vale para chassi, aerodinâmica, suspensão dianteira, freios e bateria. O que muda são os motores, bem como a eletrônica capaz de gerenciar a energia. "Em vez de gastarmos US$ 10 milhões para desenvolver um parafuso que vai melhorar em décimos de segundo uma volta, preferimos aprimorar o gerenciamento de bateria e replicar isso nas ruas”, completou. O revolucionário sistema de freios também é algo que pode chegar às ruas nos próximos anos. Usando um sistema hidráulico apenas como redundância em casos de emergência. A frenagem é feita exatamente pelo motor elétrico. Por enquanto, essa é uma tecnologia que ainda não está presente em veículos de produção em série. Por enquanto. Quer ter acesso a conteúdos exclusivos da Autoesporte? É só clicar aqui para acessar a revista digital. Mais Lidas

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