Crise na Red Bull, novato na Ferrari e vitória de Enzo na F2: os bastidores de Jeddah

Vitória de Max Verstappen em mais uma dobradinha da Red Bull. Só não foi um passeio dominical porque a corrida foi realizada na noite de sábado. Mas o que pode parecer um GP monótono em termos de cobertura foi um dos mais insanos dos últimos anos. Nem tanto pelo que aconteceu na pista, mas sobretudo nos bastidores, onde F1MANIA.NET esteve presente desde a quarta-feira em Jeddah. A crise da Red Bull não era exatamente uma novidade, mas ela ganhou contornos de novela na Arábia Saudita por conta da velocidade das reviravoltas. A ponto de a própria assessoria da equipe passar na sala de imprensa de mesa em mesa explicando algumas circunstâncias – como o afastamento da funcionária que fez as denúncias contra Christian Horner, por exemplo. Também achei curioso que, na própria coletiva de imprensa após a classificação do GP da Arábia Saudita, Verstappen, além de comentar a pole position, também falou sobre sua relação com Helmut Marko. Quando questionado por um jornalista se aquilo de certa forma afetava seu futuro, minha mente rapidamente imaginou uma resposta padrão, típica de “media training” que não desse nenhum tipo de manchete. Mas ao contrário: Max falou e nitidamente sabia que suas palavras iam reforçar reportagens no mundo inteiro de como ele apoia Helmut e que sua permanência na Red Bull depende daquilo. Ali, na sala de entrevista coletiva, com microfones abertos para mais de 100 países, o holandês passou o recado que queria. Confesso que esperava algo mais sutil, mas a guerra interna na Red Bull já estava escancarada. Isso fez com que eu também fosse ao grid de largada com um olhar mais focado para os minutos finais antes da largada. Christian Horner queria passar confiança, falou com alguns jornalistas ingleses antes e até pediu para que o intruso microfone da Netflix ficasse longe de uma das conversas – o episódio da Red Bull no final desta temporada certamente terá imagens de Jeddah! E foi só a chegada de Helmut que fez Horner sair de perto de Verstappen para dar apoio a Sergio Perez, na fila de trás.. Obviamente não foi coincidência e, por mais que o CEO da Red Bull global também estivesse presente na Arábia Saudita e tratado de colocar “panos quentes” para a crise interna, a disputa por poder está escancarada. Como disse na nossa reportagem de preview do GP, a largada para 2025 já foi dada e, além do chocante movimento de Lewis Hamilton indo para a Ferrari, podemos ter Max Verstappen na Mercedes e até Fernando Alonso na Red Bull. LEIA AQUI: Verstappen na Mercedes, Alonso na Red Bull, Hamilton na Ferrari: em Jeddah, F1 já está em 2025 Além da novela Red Bull extra pista, a cobertura em Jeddah ainda revelou dois grandes momentos inesquecíveis para este repórter. Na quarta, dia do media day (que é normalmente na quinta-feira, com as atividades oficiais de imprensa da FIA e das equipes), Carlos Sainz já havia se ausentado. Ninguém havia anunciado ainda, mas na sexta de manhã veio a confirmação: o espanhol ficaria de fora da corrida em Jeddah, tendo que fazer uma cirurgia de apêndice de forma urgente. Com isso, Oliver Bearman faria um batismo de fogo, estreando aos 18 anos na Ferrari como companheiro de equipe de Charles Leclerc. E o inglês da Ferrari Driver Academy mostrou o valor dos jovens talentos ao ficar bem próximo de um lugar no Q3 e terminar a corrida na sétima posição, sem cometer erros e trazendo importantes pontos para a Ferrari. Perguntei a Max, Leclerc e Perez na sala de imprensa como eles lembravam de seu primeiro GP e o que mais me chamou a atenção foi a resposta do holandês, que disse que não tem boas memórias, porque havia muita pressão e ele não considerou um bom final de semana. Mal sabia o então piloto da Toro Rosso o que viria pela frente. E fechando a cobertura especial em Jeddah, ouvir o Hino Brasileiro sendo executado após a impressionante vitória de Enzo Fittipaldi na corrida principal da F2 foi certamente um dos momentos inesquecíveis como repórter. Quando a gente escolhe esta profissão, o nosso grande desejo é estar ali direto na fonte da notícia, sabendo do impacto do que estamos vendo com nossos próprios olhos e relatar isso a você, leitor. E ouvindo o Hino ao lado do pai de Enzo, Gugu da Cruz, que dois anos atrás estava com o filho em Jeddah no hospital se recuperando de um gravíssimo acidente que Enzo sofreu nesta mesma pista. Que baita história de superação. O ótimo desempenho de Bearman mostrou que os jovens talentos estão prontos para subir – e Enzo mostrou isso com classe ao vencer a corrida principal da F2 com uma belíssima ultrapassagem dupla valendo a liderança. As oportunidades ainda vão aparecer, seja para Enzo, para Gabriel Bortoleto ou Felipe Drugovich, com quem eu conversei também em Jeddah. Talento para isso o Brasil tem – e me lembro bem da sensação de ouvir o Hino Brasileiro tocando para o paddock todo e por conta da F-1. Uma emoção inesquecível, seja como torcedor em Interlagos, na época de Ayrton Senna, seja nos

Crise na Red Bull, novato na Ferrari e vitória de Enzo na F2: os bastidores de Jeddah
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